Costumo pensar que não sou de lado nenhum porque
sou de muitos lados.
Nasci num sítio, vivi a maior parte da minha vida
noutro e actualmente divido-me entre outros dois. E não me conseguiria imaginar
de outra forma que não a oscilar entre ventos.
Retiro coisas diferentes destes dois últimos
lugares e não vejo um sem o outro. Mas a verdade é que fundamentalmente não me
vejo a mim sem pelo menos um deles. Aquele que fica guardado nos cantinhos do
coração e aquele que me vem à cabeça quando sinto saudades de "casa".
Termos coisas, pessoas e lugares especiais não é
nada mais do que natural, vindo do que de mais primitivo (e quiçá sagrado) há
em nós. Só há mal quando, para isso, pomos em causa a nossa própria
especialidade. Mas se se tratar de uma relação saudável e equilibrada, o que
sentimos como especial é aquilo que escolhemos incorporar também como parte de
nós, que nos enriquece e complexifica num belo emaranhado de confusões
deliciosas, tal e qual folhas numa copa de árvore.
E a relação de que falo é aquela que temos com a
nossa terra, a nossa identidade e cultura.
Porque amamos também as próprias fibras de que somos feitos, essas fibras que a nossa terra nos deu.
Porque amamos também as próprias fibras de que somos feitos, essas fibras que a nossa terra nos deu.
A minha terra...não sei qual é.
Mas quando lá estou, sinto.
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