"A música pode ser o exemplo único do que poderia ter sido - se não tivesse havido a invenção da linguagem, a formação das palavras, a análise das ideias - a comunicação das almas."
Marcel Proust
De valor, muito valor, esta nova entrada na nossa fonoteca.
Boozoo Bajou é uma dupla de produtores alemães. A música que fazem transmite consistentemente o feeling lounge ou chill, chamem-lhe o que quiserem.
Esta música, "Moanin'", pertence ao álbum "Dust my Broom", lançado em 2005, ao qual pertence também a "Take it Slow" que conta com a participação de Joe Duckin, vocalista de Fat Freddy's Drop.
Para continuar com o tom francês, mas desta vez numa vertente completamente diferente: Wax Tailor, o nome artístico do produtor Jean-Christophe Le Saoût.
Esta música "Seize the Day" não pertence a nenhum álbum, foi apenas produzida para um filme francês de 2008 chamado "Paris". No entanto, a melodia usada é a mesma da música "Que sera" também de Wax Tailor (baseada no clássico "Que Sera Sera" de Connie Francis).
"Seize the day" significa "aproveita o dia". Não me parece que seja possível andar sempre contente ou até achar coisas interessantes para se fazer todos os dias, mas a verdade é que sem haver uma escolha consciente e diária do rumo que queremos seguir, um dia poderemos acordar à deriva.
Dub Incorporation, uma banda formada em 1997 e originária de França, composta por diversos músicos e dois carismáticos vocalistas: Bouchkour e Komla.
A música "Life" conta com a participação de Tiken Jah Fakoly e pertence ao seu primeiríssimo álbum "Diversité", lançado em 2003. Na minha opnião, o melhor álbum de todos, (com excepção do último, "Hors Controle" lançado no fim de 2010, sobre o qual não me posso pronunciar porque ainda não ouvi).
Parece-me que com o avançar do tempo e a edição de mais álbuns, as suas músicas têm uma tendência crescente para a etnicidade, mostrando cada vez mais influências de raízes árabes e africanas dos músicos...Poderá mesmo dizer-se que às tantas perde-se o reggae da equação, como por exemplo no álbum "Afrikya" de 2008, que de tão arabesco já não me agradou tanto.
De qualquer forma, se há coisa em que os Dub são bons é em concertos. Dinamizadores e incansáveis, quer em ambientes informais de festivais de Verão, quer em ambientes mais formais do Casino de Lisboa, não querem saber onde estão e a festa faz-se na mesma. Os concertos são muito interactivos e altamente recomendáveis para quem se quer divertir com um bom som.
Acarinhados por Portugal fora e eles próprios já o perceberam.
"Salty Air" de J.Viewz, do seu recente álbum "Work In Progress (WIP)", que está literalmente a ser feito à medida que falamos.
A pretensão é lançar uma música por mês, sendo que à medida que são lançadas, são transferidas para o website do álbum ( http://www.jviewz.com/shop/workinprogress_intro.php ), ficando imediatamente disponível para downloads gratuitos...Talk about inovation!
Quanto à música...que há de melhor do que o cheiro a mar, o sol morno na cara e o vento nos cabelos de alguém que sente por instantes que é livre?
Com formação clássica, o francês Yann veio mais tarde a ser influenciado pelo punk, que talvez lhe tenha permitido escapar ao formalismo típico do classicismo.
Lançou diversos álbuns mas veio a ser mais popularizado fora de França com a banda sonora do filme "Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain" de 2001. É daí que provém esta música "Comptine d'un outre Eté: L'aprés midi", que significa "Rima de um outro Verão: A Tarde".
Recentemente lançou, em Outubro de 2010, um novo álbum chamado "Dust Lane", começando a sua tour pelos E.U.A. e só depois pela Europa (mas não inclui Portugal infelizmente).
Everlast é o nome artístico de Erik Schrody, mais conhecido por Whitey Ford (muitos nomes tem este homem). Antes de iniciar a sua carreira a solo fez parte do grupo de hip-hop, "House of Pain" e actualmente faz também parte dos "La Coka Nostra".
A música "What It's Like", pertence ao álbum "Whitey Ford sings the Blues" lançado em 1998 e valeu-lhe o estrelato em diversos países. Esta é sem dúvida uma daquelas que andou sempre lado a lado comigo.
Fala da facilidade com que estalamos um dedo e julgamos alguém, até o dedo se virar para nós. Há aquelas pessoas que simplesmente não têm a capacidade empática de se "pôr no lugar do outro" e depois há aquelas que a têm, mas são demasiado inocentes para pensarem que a vida pode dar as voltas que quiser sem lhes pedir opinião. No entanto, na maior parte dos casos, acredito que quem faz de "opinar" o seu passatempo favorito, pouco tempo dedica a pensar no que diz.
Este misto de blues e hip-hop bem conseguido nesta música, vem apenas, através de exemplificações por situações extremas, pedir alguma reflexão...e é tudo quanto basta para uma real mudança de mentalidades.
Joshua Tillman, americano de gema e um homem que não pára: no espaço de 6 anos lançou 7 álbuns.
Isto porque em 2009 lançou dois álbuns. Esta música, "Crosswinds", é de um deles, o "Year in the Kingdom".
Mas o que realmente me interessa aqui dizer é para que se repare no à vontade que este artista tem em deixar correr o tempo dentro da sua música. Se é tempo de fazer uma pausa, há pausa, se é tempo de deixar correr o som, é tembém isso que acontece. Com este jeito próprio dá um tom ainda mais emotivo à música, que parece fluir ao ritmo dos pensamentos, ou dos sentimentos associados a eles.
Dar tempo ao tempo parece tarefa fácil mas nem por isso o é, e J.Tillman consegue esta proeza de fazer com que a música nos force a isso.
Sneaker Pimps, uma banda de trip-hop, "typical 90's child" (expressão que usam nesta música).
Foi bastante atribulada a história deste grupo. Pouco tempo após a sua formação, dispensaram Kelli Dayton (a vocalista deste álbum) devido a um entendidmento por parte da banda de que o segundo álbum se coadunaria melhor com a voz de Chris Corner...assim sem mais nem menos. Para além disto, cada membro tinha os seus "side-projects", pelo que nunca criaram uma aparência muito coesa enquanto grupo.
A verdade é que o álbum pelo qual se tornaram mais conhecidos, e talvez o único que atingiu maiores patamares de sucesso foi este, "Becoming X", lançado em 1996, com a vocalista que tão prontamente dispensaram.
Esta música revela-nos um lado mais sombrio da rebeldia de uma rapariga. Vivências complicadas...e boa música.
