15 fevereiro, 2016

James Blake - Retrograde



O ponto.
O ponto de divergência onde se inicia o desenho das amplitudes. Da profundidade da alma e da elevação do espírito. E nesse conjunto, o eu.

You're on your own.


Fleet Foxes - Ragged Wood



Dizem que eles fazem "música de montanha" e consigo perceber porquê.
Porque quando faz frio isto aquece. E provavelmente por mais umas quantas coisas que as "pessoas de montanha" lá saberão. Não eu, que sou mais de praia.

Tendo em conta que parti somente de "Mykonos" da EP "Sun Giant", a descoberta dos álbuns "Fleet Foxes" e "Helplessness Blues" revelou o quanto os tinha subestimado e tem marcado o meu inverno.

Marcus Marr & Chet Faker - Birthday Card



Parte da EP - Work, que vale a pena ouvir por inteiro.

Às vezes perguntam-me como é que vou descobrindo músicas. E a verdade é que não é mais do que uma sucessão de banalidades e uma vontade latente, ardente e nunca adormecida de querer conhecê-las.

Uma da manhã, cidade às escuras, conduzo sozinha, Antena 3. Uma batida, uma faísca, et voilá.

Natiruts - Glamour Tropical (ao vivo)



Anda na pedra, corre para o oceano.

The Avener feat. N*Grandjean - Your Love Rocks



"Às vezes o quanto se gosta de uma música tem muito a ver com o contexto em que a ouvimos", disse a -A- uma vez num bar quando esta música entrou. Era quase meia noite e eu estava quase a fazer anos.

Eu fiquei com a música na cabeça. Creio que estava a gostar da noite.

04 fevereiro, 2016

Duke Dumont - Ocean Drive



À V (desculpa mas agora é assim)

À V, cujo nome não tem direito a mais letras por questões de moda e privacidade.

I- Laço
Nós, enfermas, partilhamos hoje uma condição semelhante - a do arrelio pela maleita.
Mas por entre a miríade de pequenos acontecimentos que se sucedem nos nossos fatídicos dias, essa condição é de longe a menor das partilhas. Há que não menosprezar o poder da sonoridade de uma tosse convulsa - que já dura há séculos by the way, nem da brusquidão do movimento de quem apanhou um cagaço com uma mão nas costas. Tudo isto são partilhas, especialmente as de novas sapatilhas. Partilhamos ar, quem sabe os respetivos micróbios, partilhamos a triste ideia de ter tirado o mesmo curso e as incompreensíveis teorias cósmicas de que só a nossa área se lembra. Partilhamos música, algumas ideias - e já não é pouco.

II- Deslaço
Há, no entanto, outra condição a que estamos sujeitas.
As costas voltadas. Porquê sempre de costas voltadas?
Somos como os Capuleto e os Montecchio, nunca vai dar e há quem morra a tentar. De tanto voltar de costas, só os caracóis se olham de frente. E a isso estamos condenadas, não fora uns singulares Mil Sóis Resplandescentes ou um The Less I Know the Better como boas desculpas para intervalar tamanha hostilidade.

III- Terceiro
Só porque qualquer boa ideia, frase ou texto é sempre composto de três partes. Não que eu tenha tal ambição, mas hás de reparar.
E porque numa parte assim, que vem em jeito de ultimação, fica bem dizer algo que remeta para o futuro: Que se aumente as partilhas, seria um bom começo de entre tanto que há por começar. 

Tem uma recuperação curtinha e gentil :)

Sopa estaladiça, 
amén.