James Blake - CMYK

James Blake, um produtor britânico que se iniciou recentemente nos meadros da indústria musical.

Altamente original, com um estilo derivado do dubstep (pelo uso de ecos e sub-graves), mas que já foge a esses parâmetros, tendo mesmo sido considerado por alguns como criação de uma nova linguagem.

As músicas foram criadas no seu quarto e James recusou-se a alterá-las segundo as indicações das editoras, permanecendo-se fiel às suas criações. Esta música "CMYK" pertence a uma EP lançada em 2010 com o mesmo nome. No entanto, não é das melhores músicas para se compreender o estilo de Blake dado que é acessível e foge à grande soturnidade e, diria mesmo, tom altamente depressivo e meio psicótico dos outros temas.Como melhor exemplo do que digo podem ouvir a "Limit to your Love".

Lançou o seu primeiro álbum o mês passado chamado "James Blake" e a música "The Wilhelm Scream" é outra que também deve ser ouvida.

Lá diferente é.

Supertramp - Take The Long Way Home

Os lendários Supertramp!

Sai de casa, mexe os pés até te levarem onde a mente quis que fossem.
Longas caminhadas ao som de Supertramp, dão nisto.

"Take The Long Way Home", do álbum "Breakfast in America" de 1979.

Tangle Eye (& Alan Lomax) - Parchmen Blues

Tangle Eye, uma dupla de produtores que se dedicou a remixar músicas de Alan Lomax, um músico de country americano. Lançaram então o álbum "Alan Lomax's Southern Journey Remixed" (do qual faz parte esta música "Parchmen Blues"), que pegou na voz das músicas originais e criou novos cenários músicais onde contracenar.

Jazzy...

311 - Love Song

311 é uma banda americana formada em 1988, cujo nome vem de um código policial para "indecent exposure" no seu estado. 

O estilo é cunhado pela descontracção e mistura rock com reggae e punk.

Esta música, "Love Song", é uma cover dos The Cure e foi feita para entrar como banda sonora do filme "50 First Dates", tendo sido depois integrada numa compilação de "Greatest Hits '93-'03".

Actualmente estão a gravar um novo álbum que se prevê que saia ainda este ano, mas ao qual ainda não atribuiram nome. Ficamos, então, à espera.

G.Love & Special Sauce - Wont'cha Come Home

SOL! O ar já cheira de outra forma com a Primavera a chegar.

Quanto à musica não há muito a dizer na verdade, a não ser que é simples e sem grandes rodeios,  lembra já a boa-disposição, sol, paz, areia e risos: "Wont'cha come home" do album "Superhero Brother" de 2008.

Acaba meio em suspenso mas é mesmo assim...deve ser porque nunca queremos que os bons tempos passem.

Waldeck - Make My Day

Klaus Waldeck, um austríaco que estudou música até aos 15 anos de idade, tendo deixado essa parte da sua vida em suspenso. Posteriormente estudou Direito e começou a exercer advocacia na área de direitos de autor, até que se reconectou com as suas ligações à música e resolveu deixar o Direito de vez, dedicando-se inteiramente à música. No mínimo inspirador...coragem para mudar de rumo desta forma não é toda a gente que a tem.

Lançou 6 álbuns até à data, sendo que esta música "Make my Day" é do seu último álbum "Ballroom Stories", lançado em 2007. Há ainda um remix desta música por Parov Stelar que também aconselho.

O estilo...bom, é único. Uma mistura de blues com jazz e electrónica, mas sempre em tom de "banho-maria" para não aquecer demasiado os ânimos.

Não é música para todas as alturas, mas na altura certa sabe bem.

Deolinda - Parva Que Sou

Não é segredo nenhum o poder que a música tem sobre as pessoas, especialmente se aliado a um forte descontentamento e razões para gritar.

" Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!

Porque isto está mal e vai continuar,
Já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!

E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!

Filhos, marido, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar,
Que parva que eu sou!

E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na tv.
Que parva que eu sou!

Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar."

Edward Sharpe & The Magnetic Zeros - Desert Song

Não se deixem assustar por um início completamente alucinado.

É a "Desert Song" de Edward Sharpe & The Magnetic Zeros.

Já a tinha referido no post que fiz sobre eles há um tempo e pertence a um musical feito sobre a personagem de Edward Sharpe, composto por 12 partes.

Vale a pena.

Blasted Mechanism - Higher Than Paradise

Seres de outro planeta que trazem mensagens de reconciliação connosco e com os outros? Parece que sim.

Blasted Mechanism é um grupo ligado ao cosmos e à espiritualidade que, através da música, pretendem fazer passar as suas ideias de ligação ao mundo espiritual para uma maximização da aprendizagem nesta vida terrena. Foram nomeados várias vezes para os prémios MTV como "Best Portuguese Act" mas perderam para Blind Zero, The Gift e Da Weasel, em 2002, 2005 e 2007, respectivamente.

A música "Higher Than Paradise" pertence ao álbum "Namaste" de 2003 e ainda conta com o antigo vocalista, Karcov.

Defendem uma procura do equilíbrio, o que no fundo traduz a história de vida de todos nós. Apesar disso, são os pequenos desequilíbrios que geram novos fluxos e constituem o móbil para iniciar uma nova procura constantemente. É por isso que se diz que o Homem é um ser insatisfeito (já dizia o António Variações) e ainda bem.É uma espécie de maldição e benção ao mesmo tempo.

E a propósito deixo um excerto de um poema que durante anos me cumprimentou na Cidade Universitária:

"Ah! Se eu não morresse nunca.

E eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das cousas..."

(Cesário Verde)

The Black Keys - Tighten Up

The Black Keys, um duo americano formado em 2001, com grande potencial.

Esta música "Tighten Up" é mais uma a falar da inevitabilidade do amor e pertence ao álbum "Brothers". Álbum esse que foi lançado em 2010 e que lhes valeu um Grammy de Best Alternative Music Album nos Grammys de 2011 (portanto há menos de 1 mês).

O videoclip era para ser um dinossauro de peluche apaixonado por um cacto (not kidding), mas acabou por ficar assim, na minha opinião, com um conceito engraçado.

Enjoy.

Charles Mingus - Moanin'

Segurem-se e apertem os cintos.

A primeira vez que ouvi esta música senti-me em algo parecido a uma montanha russa...e depois peguei nas pontas soltas e aprendi a gostar.

Charles Mingus foi um compositor e músico de jazz, nascido em 1922 e falecido em 1979, que tocava diversos instrumentos como o piano, o trombone e o contrabaixo. A lista de álbuns que saíram entre 1949 e 1977 é inacreditável (contei cerca de 64 álbuns só como líder da banda!), o que se deve na sua maior parte à gravação de um grande número de concertos.

Esta música "Moanin' " faz parte do álbum "Blues & Roots" de 1960 e devo dizer que não é fácil (assim como o temperamente de Charles, segundo consta), mas desafia-nos a abrir horizontes.

Fica então o desafio.

Leonard Cohen - Suzanne

Mais uma música que marcou a minha infância.

Um músico e poeta de voz sedutora, Leonard Cohen já ronda os 50 anos de carreira e ainda toca gerações mais novas. Escreveu poemas e romances e lançou mais de 11 álbuns, construindo um reportório em quantidade e qualidade que será difícil de igualar. Os concertos, por sua vez, são descritos por quem os assiste como autênticas experiências divinas, mas como em tudo é preciso estar receptivo.

"Suzanne" é uma música do seu primeiro álbum "Songs of Leonard Cohen" de 1967 e a letra apareceu inicialmente num dos seus livros de poesia editado em 1966.

E já que falamos de um poeta, fica aqui então a letra:

"Suzanne takes you down to her place near the river
You can hear the boats go by
You can spend the night beside her
And you know that she's half crazy
But that's why you want to be there
And she feeds you tea and oranges
That come all the way from China
And just when you mean to tell her
That you have no love to give her
Then she gets you on her wavelength
And she lets the river answer
That you've always been her lover
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you've touched her perfect body with your mind.

And Jesus was a sailor
When he walked upon the water
And he spent a long time watching
From his lonely wooden tower
And when he knew for certain
Only drowning men could see him
He said "All men will be sailors then
Until the sea shall free them"
But he himself was broken
Long before the sky would open
Forsaken, almost human
He sank beneath your wisdom like a stone
And you want to travel with him
And you want to travel blind
And you think maybe you'll trust him
For he's touched your perfect body with his mind.

Now Suzanne takes your hand
And she leads you to the river
She is wearing rags and feathers
From Salvation Army counters
And the sun pours down like honey
On our lady of the harbour
And she shows you where to look
Among the garbage and the flowers
There are heroes in the seaweed
There are children in the morning
They are leaning out for love
And they will lean that way forever
While Suzanne holds the mirror
And you want to travel with her
And you want to travel blind
And you know that you can trust her
For she's touched your perfect body with her mind."

Brooke Waggoner - Fresh pair of Eyes

Sweet as can be.

Brooke Waggoner é uma compositora americana que após 17 anos de formação clássica se dedicou a construir algo seu.

As músicas que nos apresenta no seus dois álbuns editados até agora mantêm sempre o tom suave de música bem ligeira, o que aliás se percebe rapidamente pelos simples nomes das mesmas. Devo dizer que às vezes até demais.

De qualquer foma, a música "Fresh pair of Eyes", pertencente a uma EP lançada em 2007, acrescenta a essa suavidade uma maior solenidade ou profundidade que permite fugir um pouco à melodia quase pueril das restantes músicas.

"'Cause I want to be seen
With a fresh pair of eyes
The single white tree
In a black hood of disguise"